sexta-feira, 22 de junho de 2007

Pré-conceito

Estava na parada de ônibus. Duas meninas se aproximaram, falando alto. De cara, pensei “ih, isso aí vai render! Já vou até tirar meu bloco e minha caneta da bolsa, que vai render um texto”. Dito e feito.
Lá pelas tantas, as duas começaram a falar de livros, especialmente do escritor Paulo Coelho. Uma declaração, em especial, me chamou a atenção: “Eu nunca li nenhum livro dele, mas eu o odeio. Ele pode até escrever algo decente, algum dia, mas meu ódio por ele vai ser imortal”.
Em primeiro lugar, a menina não tinha lido uma palavra sequer escrita pelo Paulo Coelho e se sentia no direito de odiar ele, assim, sem motivo. E, pior ainda, não lhe dava créditos. Quer dizer que se estivesse escrito o nome Paulo Coelho no melhor livro que ela já leu, nem teria lido, é isso? Não tem explicação.
Não estou defendendo o escritor, por favor, não me entendam mal. Para falar a verdade, também não gosto dele. Li um de seus livros, o “O Alquimista”, e não me agradou. O que destaco é apenas um pequeno fato, isolado, mas que representa algo muito comum no nosso dia-a-dia: o rótulo, o pré-conceito.
Desde crianças exercitamos nosso ímpeto julgador. Olhávamos para a comida e dizíamos que não gostávamos dela, sem nunca ter provado. Na verdade, o que não nos agradava era a “cara” da refeição, não é mesmo? E, desde então, não mudamos nossas atitudes. Falamos mal sem ter visto, lido, experimentado, feito. É um discurso vazio, sem qualidade nem validade alguma, pois não apresenta argumentos, além de injusto.
Colocamos logo um rótulo em inúmeras coisas; separamos aquilo que não conhecemos daquilo que não conhecemos e (dizemos que) não gostamos. Mas há alguma diferença?
Nosso pré-conceito pode afetar nosso relacionamento em sociedade, nos privar de ótimas experiências, maravilhosas companhias, inesquecíveis viagens, bons shows, novas amizades, enfim, uma série de coisas que a vida nos oferece. Vamos fazer uma forcinha e nos reeducarmos.
Vale a reflexão.

7 comentários:

Samir Oliveira disse...

Giana, muito bom! É a mais pura verdade. De tão ridículo que é o pré-conceito não dá pra acreditar que ele ainda exista. E o que irrita infinitamente mais é saber que NINGUÉM está livre dele.. nem mesmo nós, que o repudiamos tanto. Todos temos preconceito com alguma coisa.. o bom é que ele não precisa ser permanente.. à medida que vamos evoluindo e aprendendo, vamos descartando certos estereótipos.. Bah me empolguei.. eheh, mas era isso. Adorei o texto, beijos.

Alexandre Gil disse...

é meu amor! Vc está ficando boa neste negócio de escrever, me obriguei a deixar algumas considerações. Só uma pessoa com grande coração e sábia, sabe que todo mundo tem virtudes, os verdadeiros líderes tiram o que cada um tem de melhor. A média mundial, ou seja, a maioria, expõe e fala apenas dos defeitos alheios, destruindo a reputação muitas vezes em segundos de algo ou alguém q não conhece.
Qto a Paulo Coelho, li sim e bastante, por um tempo foi importante pra mim, após identifiquei outras leituras. Mas enfim, o q importa deste monte de coisa q falei, é q: neste ritmo - NINGUÉM T SEGURA!

Grande bj

ijreis disse...

Com o tempo a gente aprende a julgar menos, a avaliar melhor, a dar uma chance às coisas que em um primeiro olhar não nos agradam...

Para o Paulo Coelho eu dei várias chances, mas ele não convence mesmo!! hehe

Bjoo

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

Eu nunca tive pré-conceito com comida. Que novidade, não? haha
Sobre o texto...que hábito imbecil de sair sempre rotulando sem nem conhecer. Esses somos nós, os seres humanos.
Mas, como o Samir falou, a eliminação de estereótipos vem com nosso crescimento. Ou não. Depende de cada um.
Gostei do texto.
Ah. Atualizei o meu (aluluia).
Beijos

Liza Mello disse...

muito legal, giana! bem interessante a relação com a comida e tal..
sobre o tema, acho que a faculdade tem sido um grande guia pra mim, pra eu me livrar ao máximo desse conceitos pré-concebidos, desses pré-conceito. É só pensar no que a gente achou dos nosso colegas no primeiro dia, e o que achamos hoje.. acho que ainda vou escrever sobre isso também..

Ananda Etges disse...

Oi Gi!
Gostei muito do texto. Achei interessante a relação posterior com a comida. Como a Carol citou, também nunca tive muito preconceito com comida hehe!
Meu blog está atualisado!
Visita lá!
Bjoo

Rafael Terra disse...

Gostei. Parabéns!