Já li pelo menos um bilhão de textos sobre falta de inspiração, o tal "branco" ou qualquer outra coisa que possa ser inserida nesta categoria. Mas nunca li nada a respeito do excesso de inspiração. Por que não? Será que não há escritores que, um belo dia, foram atacados por um turbilhão de idéias sobre diferentes temas?
Pois isto aconteceu comigo há algum tempo atrás. Nunca retirei meus melhores amigos - o bloco de papel e a caneta - tantas vezes da bolsa em um mesmo dia. E meus dedos nunca trabalharam tanto, tendo que anotar, anotar e anotar a idéia que estava chegando, assim, sem pedir licença e sem ao menos telefonar antes de vir. Neste dia, acredite, pelo menos cinco textos foram esboçados em meu pequeno bloco de anotações. Fiquei tão alovoraçada, pois tenho quase certeza de que o contrário é muito mais comum. Mas também fiquei meio irritada, confesso, pois a chuva torrencial de idéias resolveu aparecer justo em um dia em que eu não tinha tempo para sentar, pensar, colocar tudo em ordem e escrever.
Baseada nesta experiência, cheguei à conclusão de que a inspiração é como namorado(a): quando queremos alguma, por mais simples que seja, não encontramos; quando já temos, aparecem outras trezentas querendo tomar o lugar da primeira.
Ou então como festas: numa noite não tem NADA; na outra, as melhores festas do mês.
Ou como estágios: enviamos currículo para dezenas de empresas, nos sentimos inúteis, currículo para dezenas de empresas e queremos muito trabalhar. Nada aparece; alguns meses depois, conseguimos um ótimo estágio, estamos felizes, mas o telefone celular não pára de tocar. São ofertas tentadoras, que resolvem aparecer todas ao mesmo tempo, justamente quando já estamos ocupados.
Ou como... chega! Acabou a inspiração.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
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